terça-feira, 22 de setembro de 2015

PROFECIA I



Os Mendigos são xamãs...
E chamarão a chuva ácida
      que a tudo corroerá...
Hoje, contudo, economizam
seus encantos pra evocar esmolas

Denisson Palumbo – Salvador-BA

Décimo



Sonho com um abraço,
lugar bom de caber, não qualquer um.
Aquele cheio de sorriso de décimo andar,
portas abertas,
aquela escultura da santinha erguida no meio do asfalto.
Falando assim, podem até dizer que é amor.
Acho que é saudade.
Ou não são amor e saudade um pouco a mesma coisa?

Mariana Paiva – Salvador-BA

Lágrimas em flor



A primavera
chegou
e o nosso amor
acabou.
Choro flores
por não mais
poder te amar
Um beija-flor beija
uma flor de jasmim
em um idílio
sem fim
E de ti
faz-me lembrar
A distância não levou
o sentimento
Só as folhas
são sopradas
pelo vento
Perto de ti
sempre hei de estar

Rosana Paulo – Salvador-BA

Fechai os Olhos para a Poesia



fechai os olhos para a Poesia,
colocai-a em cálices de vinho,
derramai ao longo do caminho
o poema nosso de cada dia.

afastai vossa dor da ironia,
imprimi a beleza em pergaminhos,
deletai toda a dor de ser sozinho
mas também relatai toda alegria.

ficai de joelhos para a Poesia
e pedi, sem pudor, ao firmamento
que não vos seja vão cada momento

de busca, na palavra, da harmonia.
mas não deixeis que a vida vos esqueça,
nem que as traças vos subam às cabeças
Alex Simões – Salvador-BA

Vamos louvar



Alô criançada!
Que acham de louvar?
Vamos com Jesus falar.
É só fechar os olhos e orar
Agradeça pelo papai ,mamãe,
vovó e o vovô.
Peça para ele te abençoar
Agradeça pela mamãe que te criou
Vem Jesus nos ensina a amar
Vamos brincar de orar?
Pedir a Jesus para todos prosperar?
Senhor alivia nossa dor
Nos da sabedoria para estudar
Quero o papai e a mamãe alegrar

Sandra Stabile – Salvador-BA

O outro lado



Debrucei o olhar sobre muro, vejo o sol despencar para o ermo
A luz de repente se fez breu, o deserto se fez porto, fez-se termo
Arrancou do Oásis a alegria, o cais da fantasia.
Caminhei suavemente pela praia, o mar assustador a reclamar
Vinham ondas esmurrando velhas pedras
As espumas deslizavam sobre areia
A imagem de infinita beleza
Fez de mim um fantasma ou sereia
Despertei com o bando das gaivotas
O seu canto sinistro traz o grito que assusta
Aves loucas, abrem as asas, voam baixo,
No mergulho vão ao fundo, fisgam o pão de cada dia
O alimento a fome sacia
Vence o forte, na cadeia alimentar
Eu aqui no meu breve passear
Busco um cais onde eu possa aportar
Aprendi que sobrevive o que saiba se cuidar
A Natureza, reza a carta, que é perfeita
Traz o peixe e ensina a pescar
Roga ao homem que preserve o velho mar.

Vera Passos – Salvador-BA

Amor a Penedo



Ontem, árvores cheias, luas floridas
Amor de mãe, cidade sem medo
Ruas de pedras, calçadas coloridas
Casarões antigos, mesclavam rochedos

E eu a crescer, criança bulinante
Brincava de peixes que pulavam no rio
Nas matas gralhavam bichos ululantes
Donzelas sonhavam seus amores no cio

Admirando esta cidade bela, antiga
Agora aqui sobrevivem intrigas
O progresso chegou trazendo segredos

Hoje a estória já não é como antes
Os tempos mudaram, estamos sufocantes
Mas ainda morro de amor por Penedo.

Josue Ramiro Ramalho – Salvador-BA

Candombá



Entre as pedrera qui incerra
Nos seus veio a turmalina,
Nas Lavra diamantina,
Naqueles confins da terra,
Nas brecha sêca da serra
Qui o só veve a quemá,
Naquelas banda de lá
Do mau fadado sertão,
Onde o ano todo é verão,
É qui nasce o candombá.
.
No sertão sem lei, sem nada,
Onde toda prantação
E tombem a criação
Morreu tudo isturricada,
Na terra sêca, quemada,
É qui nace o candombá
Qui serve pra se quemá
E acendê os fugão,
Candombá é no sertão
O gás do povo de lá.
.
Sertão qui quando hai fartura
Num hai terra mais mio,
Fruita é pra se inche mocó,
Requejão e rapadura,
Os home num tem usura
E as muié é uns amo;
Hai sempre bons cantado
Qui Cuma uma queda d’água,
Vão chorano suas máguas
E cantano suas dô.
.
Mas se hai seca, farta tudo,
Derna do pão a justiça
Num tem doto nem puliça,
Nem instrução nem istudo,
Os guverno sempre mudo,
Num se tem pronde apelá
O povo bom a pená
De mulambo é qui se cobre
E a vida sêca do pobre
É Cuma a do camdombá.
.
E a sêca firme demora
Cum toda a sua mardade
E entonce a felicidade
Diz adeus e vai-se embora
A fome diz “tá na hora”
E os home de pusição
Qui nos tempo de inleição
Abraça o povo se rino
Vão tudo se assumino
Sem alma, sem coração.
.
Candombá, dá providença.
Faz o teu fogo queimá,
Ou pulo menos isquentá
Dos guverno a indiferença
Queima os papé das pendença
Dos vidraçados salão,
Reduz à cinza os ladrão
E mostra no teu luzi
Qui nos mapa do Brasi
Tombém ixeste o sertão.

Tude Celestino – Santo Amaro de Ipitanga-BA

Siná de Chuva



Era um mês de Novembro
De vez enquano me alembro
O sertão seco, isturricado
A mode qui a natureza
Isquicida da pobreza
Tombém se isqueceu do gado.
.
Os home tudo ismuricido
Os gado magro, incuiído,
A criação se acabano
E chuva, nem um caroço
Num quêra sabê, seu moço,
Cuma tava o fim do ano.
.
O sertão de Curaçá era o sertão
Da amargura, era o sertão da tortura
Dos home e dos animá
Afiná chegô Dezembro
Tombém nunca isquici
Sempre, sempre me alembro.
.
O vento norte assoprô
Duas cauã gaguejaro
Dois tôro magro berraro
E João corta-pau cantô.
.
A mãe da lua assentada
Meia noite, madrugada
Cantava sanoramente
In riba d’uma aruêra
Sozinha, sem cumpanhêra,
Feito arma penitente.
.
Um caboré piadoso
Tamém cantava choroso
A musca dos caboré
Cantava se lastimano
Eu juro, tarvez, cramano
A setuação crué.
.
Uma juriti bem dengosa
Tamém cantava chorosa
Na rebancêra do rio
Tão triste que paricia
O saluço da agunia
De u’a mãe quano perde um fio.
.
Já quase ao manhecê do dia
Muito longe a gente uvia
O gemê de um congo dêma
Na chapada a sariêma
Sardava o sór qui nacia.
.
Pur roda do meio dia
A rente oiava, a rente via
Muita nuvem isgandaiada
E o vento norte e o do su
Cuma dois jaracuçu
Se enrolano na chapada.
.
Siná de chuva, patrão
Siná de chuva in riba de meu sertão
Vamicê num viu o siná?
Os dois vento guerriano
Os toro magro, berrano,
Os pássuro tudo cantano,
Tem mais o qui suspeitá?
.
No setão nós tem mais fé
Nos canto dos caboré
Nas cauã, nas juriti
Do que nos mais perparado
Dos caboco mais letrado
Qui vamicês tem aqui.
.
Por que as vêiz os armanaque erra
Mas os pássaro da minha terra
Nunca erraro, eu nunca vi
Eu aposto inté o cangote
No sabiá e nos três pote
E no canto da juriti.
.
Porque se eles abre o bico cantano,
Vá logo se aperparano
Não percisa nem siná
Empaie a sua paióça
Conserte a cerca da roça
Qui a chuva ta pá chega.
.
E dispois da chuva chuvida
A caatinga arrevestida
De foia roxa, patrão
Se acaba toda tristeza
Quano a santa naturezao
Darrama a água no chão. 

Benevides Curaçá – Santo Amaro de Ipitanga-BA

Nascedouro



Ao Ipitanga, "rio da minha aldeia"
Um pingo de memória chove
Torrentes ancestres em meu berço-rio
Navego correntezas
Do esquecido ente primeiro

Já não o rio de outrora
Já não o rubor ou o Tejo
Águas claras do amanhã
Pousam nas sendas do porvir

Sorrio sabor piranga
Rio infante poema
Rio aldeia pessoa

Rio poema pitanga
Rio nascente do povo
Rio memória da dor

Tina Tude - Santo Amaro de Ipitanga-BA, Junho de 2015

Euforia



De coração aberto
Trago flores
De forma alucinante
Mudo meus planos
Se você me acompanhar
Serei outra pessoa
Sim
Teimosamente determinada
Não vou continuar sentada
Esperando o tempo passar
Abrirei a cortina da vida
Não importa se errando
Aprendendo ou amando
A vida é um contínuo aprendizado
Em que valores reais são revelados
Em volta a essa tempestade
Recolho-me a velha casa
De súbito, peço apenas
Mais vinte e quatro horas!!!
Venham me visitar,
ainda temos tempo...
Renata Rimet – Salvador-BA


Alma



Oh! Alma intrépida
Entrega
Sua força
Para lutar por igualdade
Introduz no mundo
A razão
A sensibilidade
Oh! Alma ferida
Deixa
Inspirar
Amor
Insolúvel sentimento
Escasso nas almas que
Me cercam.

Audelina Macieira – Salvador-BA

Bagagem de Mão



Poesia. Eterna companheira
Nos damos muito bem
Com ela viajo parado
É meu traje em passeios
festas e flertes
Senta à mesa comigo
Abrigo, refúgio e salvação

Minha bagagem de mão
Vou com ela a qualquer parte
Não pesa, apesar do excesso
Exceto quando não flui
Fica presa e corrói
Dói por não poder sair

Mas quando ela escorre
preenche cada hiato
Hálito criador que tudo gera
Macera os sonhos, extrai a seiva possível

contamina o todo e me alimenta
Estado pleno de gozo e gosto
No contínuo caminhar leve jocoso
em cada novo dia que se apresenta.

José Abbade – Salvador-BA

Preta Bahia Preta



Não preciso me lembrar
que a Bahia é Preta.
Não preciso me lembrar
que a Poesia é Preta.
Não preciso Lebara 
para Bahia ser mesmo Preta.
Não preciso... não preciso... não preciso!
A alma da Bahia é Preta quando brilha!
A Fala da Bahia é Preta, quando grita!
A faca da Bahia é Preta quando gira!
A Bala da Bahia é preta, prefere e escolhe Preto e mata!
E as mães da Bahia que são Pretas muito Pretas choram!
Não preciso me lembrar que a poesia da Bahia é Preta
Ela vem das ruas, dos guetos, dos quilombos, do sofrimento, para brilhar nas orlas da Avenida... e chorar no pé do Caboclo,
o sangue, suor e alma da periferia num carnaval dos Estranhos.
A Poesia da Bahia não é preta só pelos pretos,
pelos Xirês, pelo Ajeum... Preta no mungunzá,
a Poesia da Bahia seja qual for a Bahia, é Preta...
pelos Índios de cá, célula mãe de Pindorama
que ligaram essa mistura e Deu numa Preta Linda!
Batuque, Capoeira... Besouro.
Batuque, Ancestral... Didi.
Batuque, Candomblé... Senhoras.
Batuque, e o batuque pelourinho de Neguinho.
Batuque, pensando Bahia Preta em Milton... Santos indignados,
portanto e por tudo. A Bahia é Preta e pensa,
na raiz ela é Dandara, é Zeferina, Luiz ou Luizas, Felipas ou Faustinos.
Portanto, não preciso me lembrar como a Bahia é,
como a Poesia da Bahia é.
Ela é Preta!

                               Jorge Baptista Carrano – Salvador-BA

Menino Douglas



Cheio de vida
Um adolescente normal
Estudante do ensino médio
Trabalhador informal
Minha mãe uma rainha
Meu irmão sem igual

Acostumado a acordar cedo
Tenho prazer em trabalhar
Minha outra paixão

A alegria de estudar

Levo uma vida normal
Porém na volta pra casa
Uma abordagem policial
Sem reação esboçada
Um disparo fatal

Caso pontual? Ou vários disfarçados?
Nem estatística, nem dado
Foi negligência do Estado
Uma bala pra mim
No final das contas
Morri sem saber
“Porque o senhor atirou em mim?”

Texto: Retrata história real do Jovem Douglas assassinado no domingo dia 27/10/13 pela polícia militar, no bairro Jaçanã em São Paulo.
Sandro Sussuarana – Salvador-BA

Queremos paz para buscar a paz



Queremos paz, mas fazemos guerra 
Insistimos em fazer guerra para buscar a paz
Este país está consumido 
Os meninos estão cansados
Estes meninos estão mal 

Queremos paz para estas crianças
Que vivem na violência
E que não aprenderam a amar de verdade
Acumulando em seus peitos a dor
E a sede de vingança 

Queremos paz, mas semeamos o ódio e o terror
Vingança forçada que destrói o amor 

Vamos lutar contra esta sina
De não saber o que se passa 
E aniquilar toda essa dor
Não há tempo pra lamentar 

Nosso futuro é pra cima 
Com o poder que de Deus emana
A nossa luta começou
Não é hora de se entregar 

Queremos paz, mas fazemos guerra 
Nós não precisamos desta para buscar a paz

Cristiano Souza – Salvador-BA

Descarrego de ideias



Figuras de imagens
Quem descobriu
Qual floresta, mata, aresta a fresta
que ainda lhe cerca ou aglutina?
Qual a diferença da semelhança
Excesso do elastecer de um pedaço de poesia
Compartilhai a minha desdita
Policial à tua memória
Qual discórdia a teus sentimentos
Remendos de corolários
Vizinhos à petulância de achar e procurar
Corroer os laços à toa
que invadem a perspectiva
de novas outras palavras
Emparelham
Não querem dormir
Tácteis já tropeçam
Engasgam e repetem o rijo
Flexível chão que te recobre e alimenta.

Marcos Peralta – Salvador-BA

SER CRIANÇA...



SER CRIANÇA
É BRINCAR ONDE QUISER;
É ESTUDAR E TER DIREITO DE SER CRIANÇA!
SER CRIANÇA
É QUERER SER ADULTO SÓ DE BRINCADEIRA;
É ACHAR QUE PODE FAZER TUDO O QUE QUISER

SER CRIANÇA
É FICAR NERVOSA QUANDO OS PAIS LHE PROIBEM DE FAZER UMA BRINCADEIRA QUE GOSTA TANTO.
É SABER QUE NEM SEMPRE OS PAIS TÊM RAZÃO.

SER CRIANÇA
É ACHAR QUE SEMPRE ESTÁ CERTO.
É ACHAR QUE SÓ PORQUE UM PRESENTE ESTÁ EMBRULHADO,
SEMPRE PENSAR QUE É UMA COISA BOA.
EM FIM, SER CRIANÇA ...
É TUDO DE BOM!

Lucas Yuri – Salvador-BA

#3 Tiros



Três tiros que mudaram a vida de uma família para sempre
Mais um jovem que se vai deixando para trás escola,
Amigos, família e um belo futuro que tinha pela frente
Saudades daquele menino que dizia
Que só queria ter um trabalho digno pra sustentar sua família
E ser feliz ao lado deles...
E é nesse momento que a sociedade fecha os olhos
Ninguém viu, ninguém ouviu nada
E no final o que acontece?
Mais uma vida de um jovem perdida
Pelo mundo chamado: Drogas.
Maiara Silva – Salvador-BA

Teorema



Passou por vários céus
Por várias terras
Por vários mares navegou
Não anunciou sua chegada
Não se apresentou
Atravessou as paredes
No momento estava aqui
Em outro momento estava lá
Seguiu seu labirinto sem ser visto
Sim, não deixava pistas
Sim, só o bem praticava
Transformou todo o país
Mas, que magnífico!
Com sabedoria mostrou a verdade
Para quem não enxergava
Sem dizer uma palavra
Como era aquele poderoso?
Ninguém sabe descrevê-lo
Se foi, sem deixar rastro.

Varenka de Fátima Araújo – Salvador-BA

Volta



a vida vazia.
Preenchê-la?
só se for com lembranças,
do gosto e do gozo,
do cochicho no ouvido,
da cumplicidade do ato,
da relevância do fato,
do assumirmos a dois.
da vida a sós?
sinto falta de você,
do desejo de lhe ter,
mais uma vez junto a mim.
sendo assim não é passado,
tudo continua aqui, ao meu lado,
pensamentos, lembranças, saudades
meu vazio, está sozinho
ele sente  sua falta
volta.

Luiz Menezes de Miranda – Salvador-BA

AO SOL



ao sol,
encarar o dia,
sem medo das sombras
que insistem.

Sim, sair de dentro
e ver a rua e o mundo,
com ruídos, entre dentes,
buzinas, rangidos, vômitos,
sob a luz que escorre
na cidade quente.

No meio fio,
sentar e apreciar a paisagem,
com seu tanto de Guernica, de guerra civil
mascarada por rostos
sorridentes.

Sair ao sol,
enquanto chove
intermitantemente.

Kátia Borges – Salvador-BA

Árvores Citadinas



árvore sombreia o silêncio
da tarde azulada. No varal,
um arco-íris veste a serpente

despercebida, instigando
os olhos curiosos do gavião.
Sobrevôo o arrebol e canto.

As borboletas laminam o vento,
enquanto a árvore permanece
dançando à sombra do firmamento.

Qual verbo escapará ao princípio humano
e ao fim riscado faz tempo? E aqueles galhos,
e aquela sombra?

Queimam na fogueira sagrada dos homens.


João Vanderlei de Morais Filho – Cachoeira-BA

O que queima minha pele



O que será de minha vida sem ele?
Seus largos, fortes e suaves braços cor de ouro;
Sua mirada infernal que atravessa meu ser;
Ele queima meus olhos, seca minha boca, machuca minha pele.

Fico com raiva de dele e ele de mim
E nasce a dança da discordia;
O que te dou? O que você me oferece?
Um dia enlouquecido de desenfreada paixão…

Me machuca, me machuca demais;
Tanto, que minha pele fica arroxeada
Meus poros se entopem,
E me sufoco lentamente,
Meus lábios se partem, meu rosto fica enrrugado
E uma lágrima alivia meu corpo.

Porém, me detenho e pergunto;
É masoquismo? Tanta dor, para quê?
É necessário tudo isso?
Se é necessário, você é minha taça e eu seu vinho…
Você é minha sombra em chamas
Sou sua doce lembrança…

Teu sentimento e ação evaporam
Como o álcool deixado ao ar livre;
Chega a escuridão, chega tua amante…
E eu, branca e elegante, te espero amanhã,
Meu amado e errante Sol do Firmamento!

Jorge Montenegro Ballesteros – Colômbia - Susa