terça-feira, 22 de setembro de 2015

Preta Bahia Preta



Não preciso me lembrar
que a Bahia é Preta.
Não preciso me lembrar
que a Poesia é Preta.
Não preciso Lebara 
para Bahia ser mesmo Preta.
Não preciso... não preciso... não preciso!
A alma da Bahia é Preta quando brilha!
A Fala da Bahia é Preta, quando grita!
A faca da Bahia é Preta quando gira!
A Bala da Bahia é preta, prefere e escolhe Preto e mata!
E as mães da Bahia que são Pretas muito Pretas choram!
Não preciso me lembrar que a poesia da Bahia é Preta
Ela vem das ruas, dos guetos, dos quilombos, do sofrimento, para brilhar nas orlas da Avenida... e chorar no pé do Caboclo,
o sangue, suor e alma da periferia num carnaval dos Estranhos.
A Poesia da Bahia não é preta só pelos pretos,
pelos Xirês, pelo Ajeum... Preta no mungunzá,
a Poesia da Bahia seja qual for a Bahia, é Preta...
pelos Índios de cá, célula mãe de Pindorama
que ligaram essa mistura e Deu numa Preta Linda!
Batuque, Capoeira... Besouro.
Batuque, Ancestral... Didi.
Batuque, Candomblé... Senhoras.
Batuque, e o batuque pelourinho de Neguinho.
Batuque, pensando Bahia Preta em Milton... Santos indignados,
portanto e por tudo. A Bahia é Preta e pensa,
na raiz ela é Dandara, é Zeferina, Luiz ou Luizas, Felipas ou Faustinos.
Portanto, não preciso me lembrar como a Bahia é,
como a Poesia da Bahia é.
Ela é Preta!

                               Jorge Baptista Carrano – Salvador-BA

Nenhum comentário:

Postar um comentário